sábado, 26 de janeiro de 2013

Esquilos da Mongólia (Gerbil)

      Este animal é conhecido nos Estados Unidos como um animal de estimação,( aqui no Brasil ainda não são muito conhecidos) criado em gaiolas, como um hamster, que aparente mente é muito diferente do esquilo que pela sua cor aparenta ser um rato, ele pode até ter sua descendência do rato, mas ao contrário dos ratos eles não comem lixo, não correm(eles dão pequenos pulinhos), são limpos e suas caldas possuem pelo parecendo um espanador.
Alojamento
     Atualmente eu tenho visto muitas pessoas usando caixas plásticas para alojar seus animais. Apesar de não ser particularmente bonito, é uma opção acessível, durável, prática e leve. É muito seguro, desde que a caixa seja consideravelmente"lisa" por dentro, sem quinas, dobras ou detalhes onde firmarem os dentinhos. Se houver onde firmarem os dentes, vão roer e abrir um buraco. O que fazemos é abrir um buraco na tampa, fechando-o em seguida com tela de arame, de modo a não ter problemas com a ventilação, tampouco com fugas. Um segundo buraquinho na lateral permite a passagem do bico do bebedouro. É interessante manter o bebedouro do lado de fora, porque se ficar pra dentro eles podem roer, furar... bem, aí é preciso substituir por um novo.

Gaiolas de arame e aquários/terrários de vidro
Gaiolas são fáceis de encontrar pra comprar, algumas são muito bonitas, mas há dois inconvenientes em usá-las pra gerbils: 1) gerbils gostam muito de cavar, e, estando em uma gaiola, vão jogar boa parte da forração pra fora, 2) gerbils gostam de roer os arames da gaiola, e, fazendo isso, acabam esfregando a parte de cima do focinho no arame que está do lado, então frequentemente perdem pelo nessa região por conta do atrito, ficando assim. Gaiolas são práticas durante um tempo, mas depois de 6 ou 10 meses podem começar a enferrujar, e aí é preciso lixar e repintar. Já no caso dos aquários, os dois pontos muito positivos são o visual e o tamanho, já que você pode mandar fazer do tamanho que quiser. Se encomendar em um vidraceiro e deixar claro que não vai colocar água dentro, fica bem mais barato que comprar pronto. Você vai precisar também de um tampa de tela de arame pra fechar toda a parte de cima, evitando fugas sem comprometer a ventilação. Os pontos negativos são 1) fica chatinho de limpar, por conta do peso e relativa fragilidade do vidro, 2) pode ser complicado adaptar acessórios (como um bebedouro ou uma rodinha) para um aquário.

Forração
Hoje, no Brasil, essas são as principais opções de material pra forrar as gaiolas:
Maravalha/Serragem/Cepilho de pinus
  • Prós: muito barato, pode ser encontrado em todo pet shop ou aviário.
  • Contras: a maioria dos gerbils desenvolve reação alérgica quando é mantidos sobre esse material. O sinal mais comum de alergia é a presença de uma secreção vermelha no nariz. Adicionalmente, maravalha pega cheiro mais rápido.
  • Observações: se optar por esse tipo de forração, compre sempre das de embalagem fechada, com rótulo, assinado por uma marca conhecida, como a MR PET ou a Toca da Chinchila. Maravalha que você pegou de graça na serraria não é uma opção segura, costuma vir contaminada, suja e com resíduos de pesticidas, que, sim, são tóxicos para pequenos mamíferos.

Areia de gato de argila esmectita
  • Prós: fácil de encontrar à venda (não só em pet shops, também em supermercados), bastante segura desde que não tenha muito pó e que não seja perfumada.
  • Contras: derrete, por isso cuidado com bebedouros... se estiver com problema, vazando, e molhar a areia, vira um lamaçal.
    • Observações: Opte por areias de grânulos mais graúdos, essas costumam vir com bem menos pó. Não é preciso que diga na embalagem que o produto é "próprio para roedores", a maioria não traz essa informação, mas é segura do mesmo jeito. Basta que seja feita de argila. Todas as mais baratas (saco de 4kg por até 6 reais) são feitas desse material e podem ser usadas sem problemas. Eu recomendo particularmente a Putz, da Kelco, tem a embalagem laranja e um bom custo/benefício. Se, depois de comprar uma areia, você notar que veio com muito pó, peneire antes de colocar na gaiola.

    Corncob (nome comercial Pipi Pet WC, da Zootekna)
    • Prós: bastante seguro, talvez uma das forrações mais seguras que podemos encontrar por aqui hoje.
    • Contras: não é fácil de encontrar pra vender, a maioria dos pet shops não trabalha com esse produto.
    • Observações: segura o cheiro um pouquinho menos que a areia de gato, mas, no caso dos gerbils, isso realmente não chega a ser um problema. É feito de celulose (dizem que a partir de espigas de milho trituradas).

    Papel higiênico/Papel toalha
    • Prós: totalmente fácil de conseguir e totalmente seguro, desde que não seja perfumado.
    • Contras: pega cheiro muito rápido, então você tem que trocar mais vezes... e... acaba saindo caro.
    • Observações: eu costumo usar como material para o ninho. Dou um pouco a eles e eles arrumam uma espécie de cama fofa, ajuda a mantê-los aquecidos nos dias mais frios... mas pra forrar a gaiola toda eu realmente não acho que compense.

    Alimentação
    Um animal bonito, saudável, é sempre um animal bem alimentado. O ideal é fornecer uma mistura de sementes/cereais todo dia, pode ser colocada direto sobre a forração, sem potinho pra comida, desde que, é claro, a limpeza esteja em dia. Outras coisas, como frutas, verduras, etc. é interessante só dar uma vez por semana, pra não desregular a dieta. Lembrando que não se pode dar alface nem frutas ácidas. Quanto à mistura, aqui eu mesma preparo as minhas seguindo essas "receitas":
    Mistura para gerbils adultos não reprodutores
    (dá aproximadamente pra 1 mês pra 2 gerbils)
    55g milho
    55g aveia
    55g painço
    55g arroz com casca
    55g arroz cateto com casca
    55g alpiste
    50g girassol com casca
    55g ervilha
    20g semente de abóbora (crua e sem sal)
    55g sucrilhos (sem açucar)

    Mistura para fêmeas gestantes/lactantes e filhotes
    (dá aproximadamente pra 1 mês pra 2 gerbils)
    75g milho
    40g aveia
    60g painço
    30g arroz com casca
    30g arroz cateto com casca
    60g alpiste
    75g girassol com casca
    70g ervilha
    30g semente de abóbora (crua e sem sal)
    20g sucrilhos (sem açúcar)
    40g soja em grão
    Você também pode oferecer mistura para hamster. Nesse caso, recomendo tirar parte do girassol e do amendoim, porque, é claro, essas misturas estão balanceadas de acordo com a necessidade nutricional dos hamsters, e acaba sendo um pouco gordo demais pros gerbils. Gerbils são onívoros, como nós, e podem também comer insetos, mas, por favor, não deixe o seu comer insetos de vida livre, nem colete insetos por aí, porque você não sabe por onde andaram, se estão contaminados por alguma porcaria ou mesmo invenenados. Oferecer insetos para os gerbils é totalmente opcional, se você não fizer, não vai fazer falta, mas se quiser fazer, então arranje insetos criados pra alimentação mesmo, como larvas de Tenebrio molitor.

    Reprodução
    Gerbils se tornam férteis por volta dos 3 meses de idade. Os mais precoces, pouco antes, mas sempre depois dos 2 meses e meio. Fêmeas férteis entram no cio a cada 4 dias, aproximadamente, e os machos sempre estão aptos a cobrí-las. A gestação dura de 21 a 25 dias, dependendo da saúde geral da fêmea e de quão bem nutrida ela está. Fêmeas que estão gestando e lactando ao mesmo tempo tem gestação um bocadinho mais longa que as que não estão. Logo depois do parto, a fêmea entra no cio de novo, e se o macho estiver junto, vão cruzar e muito provavelmente ela vai ficar prenha, ou seja, enquanto amamenta a primeira ninhada, a segunda já está à caminho. O nascimento de uma nova ninhada os filhotes mais velhos a desmamarem com pouco menos de um mês de idade, então você já pode separá-los. Se não houver uma segunda ninhada, é interessante aproveitar para deixar os filhotes com a mãe por mais tempo, eu costumo deixar por um mês e meio, pra que desmamem com mais tranquilidade. Filhotes nascidos e criados dentro de um grupo automaticamente fazem parte do grupo, ou seja, nenhum dos integrantes desse grupo vai fazer mal a eles, ao contrário, todos vão virar babás, incluindo o pai, os irmãozinhos mais velhos ou outros machos e fêmeas que eventualmente possam estar vivendo junto. 

    A reprodução dessa espécie é muito tranquila, muito fácil, e não há nenhum problema em tocar nos filhotes, a mãe não vai rejeitá-los. Recomendo pegar os filhotes todo dia um pouquinho, desde bebês, isso vai acostumá-los ao toque humano, os fazendo mais dóceis. Também não há problemas em limpar a gaiola enquanto a fêmea estiver com cria.

    Eventualmente me fazem as mesmas "perguntas frequentes", sobre canibalismo, reprodução em grupos e cruzamentos consanguíneos. Vou tentar exclarecer, tomando como base minhas experiências e posicionamentos pessoais:

    Canibalismo
    Nessa espécie, vi o canibalismo de filhotes e o infanticídio acontecer pouquíssimas vezes. As causas normalmente estão relacionadas com a falta de comida ou água ou a idéia de "limpar o ninho", sobretudo no caso de natimortos. Quando a fêmea se vê sem água e/ou sem comida, pode optar por canibalizar um ou mais filhotes no intuito de se manter nutrida (para seguir produzindo leite) e conseguir alimentar a ninhada. Nesse caso, pode canibalizar total ou parcialmente o(s) filhote(s). Quando um filhote já nasce morto, a mãe pode comer para garantir que ele não apodreça perto dos outros filhotes. O mesmo pode acontecer quando um dos filhotes morre ainda pequeno. Mas não é regra, muitas fêmeas simplesmente separam o filhote morto, o levando para longe do ninho. Quando mais velho o filhote morto, menos chance de ser canibalizado. Também já vi acontecer de casos de canibalismo relacionados a controle populacional, pode acontecer se a caixa ou gaiola estiver comportando mais animais do que devia. Normalmente se cita também o caso de a fêmea detectar algum problema de saúde em um dos filhotes, mas em gerbils eu tenho visto elas simplesmente separando o filhote doente (ou de alguma forma comprometido, como no caso de subnutridos ou feridos) e o deixando para morrer longe do ninho, ainda não vi nenhuma comer filhotes por esse motivo. Filhotes com algum tipo de deficiência física normalmente são criados com tanto zelo quanto filhotes "perfeitos".

    Reprodução em grupos com mais de 2 animais 
    Essa espécie organiza-se em sociedade matriarcal, ou seja, grupos são liderados por fêmeas. Somente a fêmea líder procria, as demais não entram no cio. Grupos médios ou grandes só com fêmeas costumam viver em harmonia, o mesmo para grupos só de machos. No entanto, se você junta os dois sexos, em grupo, pode ter um problema danado. Fêmeas se sentem mais motivadas a disputar a liderança quando há a presença de machos, então as chances de rolar briga são aumentadas. É claro que tudo depende da personalidade dos animais envolvidos, de modo que não há como a gente dizer com certeza o que vai acontecer, maaas... por segurança, eu não manteria duas fêmeas adultas com um ou mais machos. Machos também podem brigar por fêmeas, mas é menos comum, porque todos os machos têm oportunidade de cruzar, independente de sua posição hierárquica no grupo. Ouvi recentemente um relato bastante curioso de um amigo também criador cuja fêmea cruzou com dois machos diferentes no mesmo cio e teve alguns filhotes de um e alguns filhotes de outro numa mesma ninhada. Independente de uns poucos relatos de sucesso reprodutivo em grupos com vários animais, PESSOALMENTE recomendo manter a configuração de casal (na gaiola apenas 1 macho e 1 fêmea) se a idéia for reproduzir. Mesmo para resguardar os pequenos, porque, veja bem, gerbils são animais de grupo e gostam de dormir todos juntos, amontoados. Se você tiver filhotes e o pai e a mãe sobre eles, ficarão aquecidos e protegidos, mas... se você tiver filhotes, o pai, a mãe e mais 10 gerbils sobre eles, ficarão esmagados. Nenhum problema em manter um ou dois filhotes mais velhos na gaiola (aliás, se for o caso de tirar o macho, é mesmo boa idéia deixar alguns filhotes da ninhada anterior, para ajudar a fêmea), mas é preciso cuidar com a quantidade, a não passar do ponto.

    Cruzamentos consanguíneos (de parentes)
    Ok, agora chegamos talvez no ponto mais delicado. Antes de entrar propriamente no assunto, eu quero deixar claro que muitos colegas criadores não concordam com meu posicionamento sobre isso, e longe de mim dizer que eles estão "errados" e eu estou "certa", não é isso, é só o meu modo de trabalhar, que, sim, transmito como recomendação sempre que possível.
    Independente da espécie, quando dois parentes próximos (leia-se irmãos, pai-filha, mãe-filho, isso que entre humanos chamaríamos de incesto) cruzam, os filhotes vão ter muitos gens iguais (chama-se endogamia), e esses gens iguais podem ser "ruins" (ruim+ruim=muito ruim) ou não. O fato é que há muitos gens no dna de um animal complexo como um mamífero (leia-se gerbil, no caso), e alguns desses gens vão acabar sendo "ruins", nem todos vão ser "bons" ou "neutros". Quanto mais gens iguais, mais chances de gens "ruins" iguais. E quanto mais gens "ruins" iguais, mais chances de "problemas genéticos": deficiências físicas, doenças congênitas (de nascença), câncer, filhotes natimortos, etc. Ok, agora partindo pra situação real, que acontece todo dia por aí: Joãozinho compra um casal de filhotes na pet shop, eles estavam juntos numa gaiolinha, então Joãozinho os leva pra casa, eles crescem, cruzam e têm filhotes. Então Joãozinho leva os filhotes para a pet shop, os filhotes ficam todos juntos em uma gaiolinha. Mariazinha compra um casal de filhotes na pet shop, eles estavam juntos numa gaiolinha, então Mariazinha os leva pra casa, eles crescem, cruzam e têm filhotes. Aí Mariazinha leva os filhotes para a pet shop, os filhotes ficam todos juntos em uma gaiolinha. Pedrinho compra um casal de filhotes na pet shop, eles estavam juntos numa gaiolinha, então Pedrinho os leva pra casa, eles crescem, cruzam e têm filhotes. Aí Pedrinho leva os filhotes para a pet shop, os filhotes ficam todos juntos em uma gaiolinha.E isso acontece infinitamente. E a cada geração, os gens ficam mais iguais, porque é algo que se acumula. Vai chegar uma hora que os filhotes vão começar a nascer sem olhos e com as patas tortinhas. Isso não vai acontecer na primeira geração, mas se os gens iguais forem se acumulando, vai acontecer sim. Eu sou da opinião de que se a gente pode diminuir as chances desse tipo de problema acontecer, então a gente deve fazer isso. E como fazer? Não cruzando irmãos! Não cruzando pai com filha nem mãe com filho. Não cruzando primos, porque se o sangue já estiver bastante endogâmico (muitos gens iguais), também vão aparecer problemas nas ninhadas de primos. Se é possível conseguir filhotes sem parentesco ou, ao menos, com parentesco o mais distante possível, então... por que não? A mim parece muito respeitoso para com a espécie. As pessoas dizem "ah, mas meu amigo tem um casal de irmãos e os filhotes nascem perfeitos, então quer dizer que não dá nada", e, bem, eu digo que se isso aconteceu é porque não está endogâmico o bastante pra que 100% da cria tenha problemas, mas que sim senhor, um ou outro vai acabar nascendo com problemas. Agora... se você comprou seus animais no pet shop como vai saber quão endogâmico o sangue já não está? Podem ser fruto de várias gerações de cruzamentos consanguíneos, como também podem não ser. Será que vale a pena arriscar? Algumas pessoas acham que sim, e fazem, outras pessoas acham que não, e não fazem. Eu acho que não. E recomendo que não se faça. Por isso não vendo casal de irmãos. Ou um só, ou dois do mesmo sexo.


    Este aqui é o meu :)

    2 comentários:

    1. Obrigada foi muito util tudo que li nesta postagem ganhei uma Gerbil

      ResponderExcluir
    2. QUEEN , POSSO REPRODUZIR SEU MATERIAL, OBVIO FAZENDO A DEVIDA CITAÇÃO E LINK DE ORIGEM DO CONTEUDO? gOSTEI MUITO !

      ResponderExcluir